Por Rogério Casagrande
Nova Agência Brazil de Comunicação
Cada vez mais, o Governo Norte-Coreano surpreende. Desta vez, 14 norte-coreanos foram desmascarados e indiciados por causa de um esquema queutilizava trabalhadores de tecnologia da informação com identidades falsas para contratarempresas norte-americanas. Eram trabalhadores que canalizavam seus salários para a Coreia do Norte para o desenvolvimento de mísseis balísticos e outras armas, disse o chefe do Escritório doFBI em St. Louis, nos Estados Unidos.
O esquema envolveu milhares de trabalhadores de TI gerou mais de US$ 88 milhões de dólarespara o governo norte-coreano, disse Ashley T. Johnson, agente especial responsável peloescritório do FBI na Região. Além dos seus salários, os trabalhadores roubaram informaçõesconfidenciais de empresas ou ameaçavam vazar informações em troca de pagamentos deextorsão, afirmou Johnson.O Chefe do FBI ainda afirmou que o esquema incluía empresas fraudadas e pessoas cujasidentidades foram roubadas em todos os EUA, incluindo Missouri. As acusações foramapresentadas há poucos dias, no Tribunal Distrital dos EUA em St.Louis. Todos os acusadosenfrentam acusações de fraude eletrônica, lavagem de dinheiro, roubo de identidade e outrasacusações.Fontes nessa linha de frente das Investigações, garantiram que, nos últimos anos, o Departamento de Justiça Americano tem procurado extinguir uma ampla variedade de esquemascriminosos destinados a reforçar o regime norte-coreano, incluindo o seu programa de armasnucleares.
Em 2021, o Departamento de Justiça acusou três programadores de computador norte-coreanos emembros da agência de inteligência militar do governo por uma ampla gama de hackers globaisque, segundo as autoridades, foram realizados a mando do regime de Pyongyang. As autoridadesresponsáveis pela aplicação da lei disseram que a acusação destacou o motivo do lucro por detrásda pirataria informática criminosa na Coreia do Norte, um contraste com outras naçõesadversárias como a Rússia, a China e o Irã, que estão geralmente mais interessadas naespionagem, no roubo de propriedade intelectual ou mesmo na perturbação da democracia.
Mais tarde, em Maio de 2022, os Departamentos de Estado e do Tesouro e mais o FBI emitiramum alerta sobre as tentativas dos norte-coreanos “de obter emprego enquanto se faziam passarpor cidadãos não norte-coreanos”. O comunicado observou que, nos últimos anos, o regime deKim Jong Un “ deu maior ênfase na educação e formação” em assuntos relacionados à TI.
As investigações levaram a estes 14 cidadãos Norte-Coreanos envolvidos em conspirações delonga data, para violar as sanções dos EUA e a cometerem fraude eletrônica, lavagem dedinheiro e roubo de identidade. Especificamente, os conspiradores, que trabalhavam para asempresas Yanbian Silverstar e Volasys Silverstar, controladas pela RPDC, localizadas naRepública Popular da China (RPC) e na Federação Russa (Rússia), conspiraram para usaridentidades falsas, roubadas e emprestadas dos EUA, e outras pessoas para ocultar suasidentidades norte-coreanas, localizações estrangeiras e obter emprego como trabalhadoresremotos de tecnologia da informação (TI), para empresas dos EUA e organizações sem finslucrativos.
As fontes desta investigação afirmaram ainda que obtivemos muitos documentos ecomprovações que os conspiradores tinham salários de pelo menos $10.000 dólares por mês,gerando pelo menos 88 milhões de dólares ao longo da Operação de aproximadamente seis anos.Em vários casos, os acusados complementaram os seus rendimentos profissionais, roubandoinformações confidenciais de empresas, tais como código-fonte dos proprietários, ameaçandodivulgar essas informações, a menos que o empregador fizesse um pagamento por extorsão. Osconspiradores também utilizaram os sistemas financeiros dos EUA e da RPC, para transferir osrendimentos das Norte-coreano.
Suas atividades para contas na China, em benefício final do governoAcompanhei de perto esse trabalho da Justiça Americana que, em janeiro deste ano, autorizou aapreensão de, aproximadamente, US$ 1,5 milhão; e apreensões previamente anunciadas emOutubro de 2023 e Maio de 2024, autorizadas pela Justiça Americana, de 29 domínios daInternet utilizados pelo mesmo grupo para aumentar a boa-fé e o apelo das suas identidadesassumidas a potenciais empregadores.Nas investigações mais profundas do Esquema, foi revelado que os conspiradores usaram muitastécnicas para esconder dos empregadores as suas identidades norte-coreanas.
Estes incluíram ouso de identidades roubadas pertencentes a cidadãos dos EUA e outros para se candidatarem aempregos; pagar pessoas dos EUA para participarem de entrevistas e reuniões de trabalhoremotamente sob identidades falsas; além de registrar domínios da web e projetar sites falsospara convencer os possíveis empregadores de que as identidades falsas eram experientes,qualificadas e anteriormente empregadas por empresas contratantes respeitáveis.
Conformedescrito nos documentos judiciais, estes websites continham indícios que deveriam ter levantadosuspeitas sobre a sua boa-fé. Por exemplo, alguns dos endereços físicos listados nos websiteseram endereços residenciais e não edifícios de escritórios, os números de telefone de contatolistados nos sites das empresas falsas não correspondiam aos códigos de área dos locaiscomerciais e o conteúdo dos sites incluía frases desconexas ou sem sentido.
Os conspiradores também procuraram evitar a detecção, pagando a cidadãos norte-americanospara receberem, configurarem e alojarem computadores portáteis enviados pelos empregadorespara os endereços residenciais dos cidadãos norte-americanos. Depois que esses laptops foramconfigurados, os conspiradores instruíram os norte-americanos a instalarem o software que lhespermitisse acessar os laptops do exterior.
Ao organizarem a localização física dos laptops nosEstados Unidos, os conspiradores fizeram parecer que os falsos funcionários, baseados nos EUA,estavam acessando laptops para trabalhar, quando na verdade os funcionários de TI estavamlocalizados fora dos Estados Unidos.Os responsáveis pela investigação são o FBI St. Louis Field Office e o FBI Cyber Division.
Entretanto, segundo a agente Johnson, será difícil com que a justiça nesse caso seja feita, mesmoassim, a fim de ajudar nas investigações, o Departamento de Estado dos Estados Unidos estáoferecendo uma recompensa no valor de US$ 5 milhões por informações que auxiliem aencontrar os suspeitos. Caso encontrados, a pena legal máxima para os réus é de 27 anos.