A bem da verdade, ninguém é obrigado a ser funcionário público municipal, estadual ou mesmo federal. Por este motivo, a maioria deles que se sentem vocacionados para tal entram no serviço público por concurso.
Porém, estes não podem ignorar que, se aprovados, o seu salário estará mais atrelado à arrecadação do ente federativo do que aos seus méritos e desempenho na atividade escolhida.
Claro que o governante consciente se esforça para dar o reajuste merecido aos servidores. Mas no caso de Diadema existe uma dívida de 900 milhões de reais com o governo federal e de pelo menos 1,2 bilhão com o IPRED, contraído pela administração anterior, cujos parlamentares governistas de então - que agora dizem ser "injusto" o reajuste proposto - também colaboraram para que as finanças da cidade chegassem a essa situação delicada.
Na prática, só haveria uma única situação em que a greve seria justificada: se o "patrão" atrasasse ou não pagasse o salário do trabalhador ou se não cumprisse o pagamento de reajuste feito de comum acordo. Ainda sim, a paralisação seria uma atitude muito drástica que prejudicaria os "clientes" que, por fim, não tem nada a ver com esse impasse diretamente.
Portanto, fazer greve no momento atual é trair a confiança do pagador de impostos que precisa que esses serviços - sobretudo na Saúde e no nosso tão combalido sistema de ensino - funcionem de modo pleno e ininterrupto.
O cidadão usuário pagador de impostos espera que a grande maioria da classe do funcionalismo público, sempre ordeira e consciente de sau responsabilidade, não paralise - ainda que parcialmente - as suas atividades tão importantes para a vida da nossa cidade.