A alienação de ativos é um mecanismo usado pelo poder público para vender bens que já não têm utilidade ou que podem ser substituídos.
Esses bens podem ser veículos, máquinas, equipamentos ou até imóveis. Quando vendidos, geram receita de capital, que por lei só pode ser usada para investimentos ou para reduzir dívidas, nunca para pagar despesas do dia a dia.
Os dados mais recentes mostram que Diadema registrou variações importantes nesse tipo de receita ao longo dos últimos anos.
Em 2022, a arrecadação com alienação de ativos foi de R$ 449 mil. No ano seguinte, 2023, houve leve aumento, chegando a R$ 524 mil.
Já em 2024, o salto foi expressivo, ultrapassando R$ 7,3 milhões, impulsionado principalmente pela venda de bens móveis.
Esse crescimento abrupto em 2024 não indica uma tendência contínua, mas sim um movimento pontual.
A maior parte do valor veio da venda de veículos e equipamentos, enquanto não houve registro de alienação de imóveis.
Também houve pequena receita de rendimentos financeiros vinculados a essas operações.
A aplicação dos recursos também mudou ao longo do período. Em 2022, praticamente todo o valor arrecadado foi usado para amortizar dívidas.
Em 2023, o município passou a direcionar parte significativa para investimentos, mantendo uma parcela menor para pagamento de dívidas.
Em 2024, a prioridade foi claramente o investimento, com mais de R$ 6,9 milhões destinados a essa finalidade.
Essa mudança indica que o município buscou reforçar obras e melhorias estruturais, aproveitando o aumento pontual da receita.
A amortização da dívida, embora ainda presente, teve peso menor no orçamento de 2024 em comparação aos anos anteriores.
O saldo financeiro após a aplicação dos recursos permaneceu baixo em todos os anos analisados. Em 2022, o saldo foi zero; em 2023, pouco mais de R$ 1,5 mil; e em 2024, menos de R$ 1 mil.
Isso mostra que o município utiliza quase integralmente o que arrecada com a venda de ativos.
Ao observar o conjunto dos dados, é possível afirmar que a situação oscilou, sem apresentar melhora contínua. Houve um pico em 2024, mas sem garantia de repetição nos anos seguintes.
Como a alienação de ativos não é uma fonte recorrente de receita, depender dela para financiar investimentos pode gerar instabilidade no planejamento fiscal.
Ainda assim, o uso dos recursos em 2024 indica uma estratégia voltada ao fortalecimento da infraestrutura municipal, o que pode trazer benefícios de médio e longo prazo.
A redução proporcional da amortização da dívida sugere que o município pode ter encontrado maior equilíbrio financeiro naquele ano.
Em síntese, a alienação de ativos em Diadema apresentou forte variação, com aumento expressivo em 2024, mas sem indicar tendência permanente.
O município aplicou os recursos principalmente em investimentos, seguindo as regras legais e buscando ampliar sua capacidade de execução de políticas públicas.