A situação financeira e atuarial do Regime Próprio de Previdência Social (RPPS) de Diadema apresentou piora significativa entre 2022 e 2024.
Os números oficiais mostram aumento do déficit previdenciário, crescimento acelerado das despesas e redução expressiva do saldo financeiro acumulado.
O RPPS é o sistema responsável por pagar aposentadorias e pensões dos servidores municipais. A situação financeira indica se, no ano corrente, o regime arrecada o suficiente para cobrir seus gastos.
Já a situação atuarial projeta o futuro: calcula se, ao longo das próximas décadas, haverá recursos para honrar todos os benefícios previstos.
Em 2022, as receitas previdenciárias somaram R$ 183 milhões, enquanto as despesas chegaram a R$ 226,8 milhões, resultando em déficit de R$ 43,8 milhões.
Em 2023, o quadro piorou: o déficit anual saltou para R$ 82,1 milhões, com despesas de R$ 265,2 milhões superando amplamente as receitas.
O ano de 2024 manteve a tendência negativa. As receitas subiram para R$ 243,3 milhões, mas as despesas avançaram ainda mais, atingindo R$ 302,3 milhões.
O déficit previdenciário fechou o ano em R$ 58,9 milhões, mostrando que o regime continua gastando muito mais do que arrecada.
O saldo financeiro acumulado também revela deterioração.
Em 2023, o RPPS possuía R$ 946,9 milhões em reservas.
Em 2024, esse valor caiu para R$ 825,8 milhões.
As projeções indicam queda contínua: R$ 671 milhões em 2025 e R$ 480 milhões em 2026, até se tornar negativo a partir de 2029.
A situação atuarial reforça o alerta. O patrimônio líquido do regime previdenciário é negativo e vem se aprofundando. Em 2022, o resultado acumulado era de –R$ 2,37 bilhões.
Em 2023, melhorou temporariamente para –R$ 978 milhões, mas voltou a cair em 2024, chegando a –R$ 2,51 bilhões.
As projeções de longo prazo mostram déficits crescentes ano após ano.
A partir de 2030, o saldo negativo se aprofunda continuamente, ultrapassando –R$ 3,4 bilhões em 2040 e –R$ 6,8 bilhões em 2050. Em 2078, o déficit acumulado projetado supera –R$ 15 bilhões.
Esse conjunto de dados indica que a situação financeira e atuarial do RPPS não apenas piorou entre 2022 e 2024, mas segue trajetória de forte desequilíbrio.
As despesas crescem de forma acelerada, enquanto as receitas avançam lentamente, pressionadas pela redução proporcional de servidores ativos.
O cenário aponta para a necessidade de medidas estruturais, como aportes adicionais, revisão de regras e ações de equilíbrio atuarial.
Sem mudanças, o regime tende a se tornar insustentável, exigindo cada vez mais recursos do orçamento municipal.