Durante a Tribuna Livre da Câmara Municipal de Diadema, a comerciante Maria da Penha fez um discurso contundente sobre os desafios enfrentados pelo comércio formal e informal na cidade. Com mais de 40 anos de vivência em Diadema, ela se apresentou como ex-camelô e atual aposentada que ainda trabalha para complementar a renda. “Eu tenho maior respeito por eles e com certeza vai ser resolvido o problema deles”, afirmou, referindo-se aos ambulantes. No entanto, ela destacou que a desorganização prejudica tanto os comerciantes quanto os próprios trabalhadores de rua.
Maria da Penha criticou a presença de vendedores de outras cidades e estados atuando sem regulamentação no município. “Alguém vem de Mauá, de São Paulo, de Pernambuco, da Bahia e vende toda parte do Brasil para comercializar aqui em Diadema. Gente, tá errado”, declarou. Ela relatou ainda um episódio de vandalismo cometido por um ambulante na frente de um banco, como exemplo da falta de controle. “Isso aí chama-se baderna e bagunça, e nós não estamos aqui para isso.”
A comerciante também destacou que houve comunicação prévia sobre a reorganização do centro, mas que muitos ambulantes não aceitaram as mudanças. “Foram avisados que iriam ser colocados em pauta, mas as pessoas querem as coisas para agora, para já”, disse. Ela defendeu a necessidade de respeitar as leis e valorizou o esforço de quem busca se regularizar. “A lei existe para ser respeitada. A lei é para disciplinar, não é para virar bagunça.”
Por fim, Maria da Penha agradeceu ao vereador Reinaldo Meira por incentivá-la a se formalizar. “Ele disse: ‘Dona Maria, quer vender? Vai se organizar.’ Eu me organizei, então eu já tenho o alvará.” Ela encerrou sua fala reforçando que não está contra os ambulantes, mas sim a favor de uma cidade mais justa e ordenada. “Nós não estamos aqui para prejudicar ninguém. Estamos aqui para ajudar no que for preciso.”