O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes bateu boca com o ex-ministro e ex-deputado federal José Aldo Rebelo (2015-2016) e ameaçou prendê-lo por desacato.
Rebelo depõe como testemunha de defesa do almirante Almir Garnier, ex-comandante da Marinha no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que é réu por suposta tentativa de golpe de Estado em 2022.
Questionado pelo advogado Demóstenes Torres se era possível um almirante por uma decisão dele mesmo mobilizar efetivos navais, Rebelo disse que a resposta dada por Garnier, de que ele estaria “à disposição”, foi uma força de expressão. O episódio é mencionado no relatório da Polícia Federal, onde mostra que o almirante supostamente teria oferecido tanques da corporação para um golpe de Estado.
“Na língua portuguesa, nós temos a força da expressão, que não pode ser usada literalmente. Quando alguém diz ‘estou frito’ não quer dizer que está na frigideira. Quando alguém diz que ‘está à disposição’ não pode ser lido literalmente”, disse o ex-ministro.
Moraes então questionou se Rebelo estava presente na reunião em que Garnier deu a declaração. Diante da negativa, o ministro do STF disse que ele não poderia “avaliar a língua portuguesa” do momento.
“A minha apreciação da língua portuguesa é minha. Eu não admito censura”, disse o ex-deputado. Moraes respondeu: “O senhor vai ser preso por desacato se o senhor não se comportar”.
“Eu estou me comportando. O senhor vai admitir que eu faça a minha apreciação?”, afirmou o ex-ministro.
Aldo Rebelo - Foi deputado federal por cinco mandatos, presidente da Câmara dos Deputados (2005-2007), e ministro de 4 órgãos diferentes: Coordenação Política (2004-2005), Esporte (2011-2015), Ciência e Tecnologia (2015) e Defesa (2015-2016).
(Fonte: Poder 360)